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Esdras 7: A Jornada de Esdras para Restaurar a Lei de Deus em Israel

Esdras 7 - A Jornada de Esdras
Imagem produzida por IA.

Imagine que você recebe uma grande missão, algo que pode mudar completamente a vida de muitas pessoas – assim começou a jornada de Esdras.

No seu caso, você aceitaria com entusiasmo ou ficaria apreensivo, sentindo o peso da responsabilidade? Foi exatamente isso que aconteceu com Esdras no capítulo 7.

No capítulo 7 de Esdras veremos a missão que o sacerdote com o mesmo nome do livro recebeu!

Esdras enfrentou uma missão desafiadora: a autoridade imperial o chamou para deixar a Babilônia e seguir até Jerusalém, a fim de guiar o povo a obedecer corretamente a Lei de Deus, entregue por meio de Moisés.

QUEM ERA ESDRAS?

Mas, antes de tudo, é importante entender quem era Esdras.

Esdras era escriba e sacerdote. Por isso, tinha a função de interpretar e instruir a partir da lei mosaica. Ele era um mestre da lei que buscava estudar, escrever e ensinar as escrituras.

O capítulo começa apresentando seus antepassados, que faziam parte da tribo de Levi.  Seraías, seu pai e sumo sacerdote, morreu pelas mãos de Nabucodonosor, conforme 2 Reis 25.18-21. Isto aconteceu pouco antes de o rei saquear Jerusalém, em 587 a.C.

Sua descendência levítica vinha da linhagem de Arão, o primeiro sumo sacerdote de Israel. Também foi um parente próximo de Josué (ou Jesua), o primeiro sumo sacerdote do segundo templo.

A JORNADA DE ESDRAS: CONTEXTO

Os eventos deste capítulo aconteceram durante o 7º ano do reinado de Artaxerxes I (458 a.C.). Há um distanciamento de aproximadamente 58 anos entre o rei Dario I e este rei persa.

Os eventos entre esses dois governos ocorreram durante o reinado de Xerxes I (ou Assuero) e aparecem em Esdras 4.6, com mais detalhes no livro de Ester.

Esdras parecia ter um bom relacionamento com o rei Artaxerxes I e usou sua liberdade para fazer solicitações de recursos ao rei para que fossem à Jerusalém (v.6), pois o povo precisava seguir corretamente as leis de Deus.

O CORAÇÃO DE ESDRAS

Muitas vezes podemos buscar fazer as coisas com as intenções erradas. O problema é que somos levados pelos enganos do coração e achamos que temos um plano perfeito. E sem a orientação de Deus, seguimos, colocando esse plano como superior à própria vontade divina.

Observe o contexto do capítulo 7. Esdras tinha total condições de agir assim. Ele era próximo do rei e poderia nutrir essa relação com base em seus próprios interesses.

Ele poderia ter planejado a sua saída da Babilônia para reconstruir a vida em Jerusalém, fora de uma região com totalidade do domínio persa. Mas poderia também ter se aproveitado das concessões do rei e usado os privilégios para qualquer tipo de benefício próprio.

Mas a chave para que a boa relação com o rei fosse genuína e saudável, e para que os acontecimentos seguintes tivessem sucesso está presente no versículo 10:

“Porque Esdras pôs no coração o propósito de buscar a Lei do Senhor, cumpri-la e ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.”

Esdras firmou o propósito correto em seu coração, com base na vontade de Deus. Era muito mais valioso para ele buscar entender a lei de Deus e aplicá-la como um testemunho vivo dos cumprimentos do Senhor.

Assim, sua voz seria ouvida e respeitada em Israel, para que fosse apresentada a palavra de Deus ao povo. Esta era a tarefa de um sacerdote ideal: guiar as pessoas para a adoração e santidade de vida.

ESDRAS RECEBE UMA CARTA DO REI ARTAXERXES I

Com as prioridades alinhadas em obediência a Deus, era certo que a mão do Senhor estava e permaneceria ao longo de toda a jornada de Esdras. Por isso, o rei persa escreve uma carta para ele.

O início da carta, no versículo 12, usa a expressão “rei dos reis”, como afirmação da soberania dos reis da Pérsia sobre muitos povos dominados.

Também o título ao qual se refere a Esdras, “escriba da lei do Deus dos céus”, indica que o sacerdote era o representante dos judeus na corte persa. Esta expressão pode ser equivalente a “ministro de Estado para assuntos judaicos”, função que ele já exercia na Babilônia.

Portanto, Esdras teve a permissão do rei para todas as suas solicitações. Ele poderia cumprir a tarefa necessária de averiguar Judá e Jerusalém, segundo a lei de Deus.

AUTORIZAÇÕES CONCEDIDAS PARA A JORNADA DE ESDRAS

Na carta, continha autorizações que o rei concedeu a Esdras para que pudesse estabelecer a lei mosaica entre o povo na Judeia.

Vemos a graça de Deus ao designar Esdras, um escriba com conhecimento especializado na lei, para conduzir os judeus. Após os longos anos no exílio, era certo que o povo precisava de instruções sobre como viver de acordo com a lei de Moisés.

Dentre as concessões, Esdras poderia:

  1. Utilizar recursos financeiros da Babilônia em Jerusalém, para a manutenção do templo e do culto a Deus;
  2. Investir a provisão do rei no templo, mas que também seria permitido para outros gastos necessários;
  3. Utilizar recursos públicos dos tesouros do rei.

A este respeito, Artaxerxes também decreta especificamente para os tesoureiros do “outro lado do Eufrates”. Eles deveriam fornecer provisões para Esdras. Porém, deveriam ser consideradas as destinações de uso e os limites impostos pelo rei:

A prata especificada era calculada entre um quarto e um terço dos impostos recolhidos anualmente na região do “outro lado do Eufrates”.

O trigo, vinho e azeite seriam usados para as ofertas de cereais, libação e para a lâmpada que era mantida acesa no templo (Êxodo 27.20; 29.2).

As quantidades decretadas seriam suficientes para suprir as necessidades do templo por provavelmente 2 anos.

O sal, era fornecido sem limites, para preservação e tempero. (Êxodo 30.35; Levítico 2.13).

Veja Também: Comunidade Cristã: A importância de Congregar

O CORAÇÃO DO REI ARTAXERXES I

Assim como Esdras tinha suas intenções, de estabelecer a lei mosaica entre o povo de Deus, o rei também tinha os seus interesses.

A intenção política por detrás destas provisões era também para que o reino do rei e de seus filhos fosse protegido. Ao beneficiar o povo judeu, Artaxerxes I esperava que a ira de Deus não viesse sobre ele e seus descendentes.

Esta atitude é similar a de Dario I, em Esdras 6.10.

PROTEÇÃO DO POVO DE DEUS

Por meio do decreto do rei, ficou definido que todos os que serviam na Casa de Deus teriam isenção de taxas, de modo que poderiam dedicar os recursos necessários ao serviço a Deus.

O rei reconhecia que a sabedoria de Esdras vinha de Deus. Por isso, ele confia em Esdras para nomear magistrados e juízes para administrar a lei mosaica. Eles estariam capacitados para punir os transgressores da lei com multas, prisões, exílio ou até mesmo pena de morte.

Os magistrados deveriam fazer isso com os que conheciam as leis de Deus, mas também ensinar para aqueles que não conheciam. Esse decreto foi uma benção, pois permitiu o ensino para judeus que estavam falhando em seguir a lei, bem como para os que se achegavam e eram convertidos para seguir o Senhor.

O LOUVOR A DEUS

Esdras se alegra profundamente e louva a Deus, com tamanhas bençãos concedidas a ele e aos judeus por meio dos decretos do rei. Ele reconhece que foi o próprio Senhor quem moveu o coração de Artaxerxes I.  

Assim, humildemente afirma que o fato de ser bem-visto diante do rei, não foi o real motivo para as benfeitorias do rei. Diante dos poderosos, Esdras foi escolhido somente pela misericórdia de Deus.

Então, a jornada de Esdras começa e ele reúne sacerdotes, leigos, levitas, cantores e porteiros para voltarem com ele à Jerusalém. O caminho da Babilônia para a cidade da Casa de Deus durou cerca de 4 meses.

Este evento representou a segunda leva de exilados para Jerusalém, desde o decreto de Ciro, organizado e liderado por Esdras.

APLICAÇÕES SOBRE A JORNADA DE ESDRAS

A jornada de Esdras nos ensina uma lição valiosa sobre propósito e compromisso com a vontade de Deus. Ele não apenas conhecia a Lei, mas buscava vivê-la e ensiná-la.

Isso nos desafia a refletir: temos buscado conhecer a Deus apenas superficialmente, ou estamos realmente aplicando Sua Palavra em nossas vidas?

O nosso coração está alinhado com a vontade de Deus? Esdras não usou sua posição para ganho pessoal, mas para cumprir o chamado divino.

Muitas vezes, buscamos bênçãos sem perguntar se estamos preparados para usá-las corretamente.

Antes de querer posições, sucesso ou reconhecimento, devemos perguntar: estamos prontos para usar isso para glorificar a Deus?

Será que vivemos como testemunhas fiéis? Esdras se destacou porque sua vida era coerente com o que ensinava.

Se queremos impactar as pessoas ao nosso redor, não basta apenas falar sobre Deus, precisamos ser exemplos vivos de obediência e fé. O que nossas atitudes dizem sobre nossa fé?

Confiamos na provisão de Deus? Esdras recebeu recursos para a reconstrução porque Deus moveu o coração do rei. Isso nos lembra que o Senhor abre portas quando caminhamos segundo Sua vontade.

Se nossa confiança está apenas em estratégias humanas, podemos nos frustrar. Mas se dependermos de Deus, Ele suprirá todas as nossas necessidades conforme Seus planos.

Louvamos a Deus pelas bênçãos? Esdras celebrou e agradeceu ao Senhor, reconhecendo que tudo vinha d’Ele.

Muitas vezes, buscamos respostas, mas esquecemos de agradecer quando Deus age. Você tem tirado tempo para reconhecer as bênçãos que já recebeu?

UM DESAFIO PARA COLOCAR EM PRÁTICA

Assim como Esdras, Deus nos chama para conhecer, viver e ensinar Sua Palavra. Talvez você não tenha um cargo eclesiástico, mas sua vida pode ser um testemunho vivo da graça de Deus onde estiver. Na sua casa, no seu trabalho, na sua igreja.

Hoje, tire um momento para avaliar seu coração:

  • Você tem buscado a Deus antes de tomar decisões?
  • Sua vida reflete a Palavra que você lê e escuta?
  • Você confia que Deus proverá aquilo que é necessário para cumprir Seu propósito em sua vida?

Que possamos, como Esdras, buscar ao Senhor, cumprir Sua vontade e ensinar outros a fazerem o mesmo, com o nosso exemplo!

Deus te abençoe!

Fonte: Biblia online

Guilherme Valim

Produção de conteúdos cristãos.

Guilherme Valim

Produção de conteúdos cristãos.

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