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Esdras 9: A Questão dos Casamentos Mistos e a Humilhação do Povo de Deus

A Humilhação do povo - Esdras 9
Imagem produzida por IA.

Estamos chegando quase ao final do livro de Esdras e com este capítulo vemos uma grande quebra de expectativa. É a humilhação do povo diante daquilo que era para ser uma história feliz e triunfante.

Os judeus se colocam em casamento com outros povos, que seguem diferentes deuses e, portanto, descumprem os mandamentos do Senhor.

Isso de fato não era o que Deus tinha para aquele povo e por isso, há grande lamento.

AS ALIANÇAS ESTABELECIDAS

Este é o período após a chegada do grupo com Esdras em Jerusalém. O templo já está estruturado e Esdras está ensinando ao povo as leis do Senhor.

Até que chegam seus chefes de famílias e trazem a notícia de que muitos homens judeus tinham se submetido a casamentos com mulheres de outras culturas e religiões.

Dentre os povos do versículo 1 (confira em sua Bíblia), estão os mesmos que na antiguidade Moisés tinha ordenado para que o povo de Israel mantivesse distância e afastasse da Terra Prometida.

“— Quando o Senhor, seu Deus, os levar para a terra que vocês vão possuir, e tiver expulsado muitas nações de diante de vocês: os heteus, os girgaseus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus — sete nações mais numerosas e mais poderosas do que vocês;e, quando o Senhor, seu Deus, as tiver entregue nas mãos de vocês, para que as ataquem, vocês devem destruí-las totalmente. Não façam aliança com essas nações, nem tenham piedade delas.

Não casem com pessoas dessas nações; não deem as suas filhas aos filhos dessa gente, nem tomem as filhas deles para os filhos de vocês,pois elas levariam os filhos de vocês a se desviar de mim, para que servissem outros deuses. Assim, a ira do Senhor se acenderia contra vocês e depressa ele os destruiria.” (Deuteronômio 7.1-4)

Ainda, também não deveriam ser aliançados com os amonitas e moabitas, pois eram considerados hostis a Israel:

“Nenhum amonita ou moabita entrará na assembleia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará na assembleia do Senhor, eternamente. Porque não foram ao encontro de vocês com pão e água, no caminho, quando vocês estavam saindo do Egito; e porque contrataram Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para amaldiçoar vocês.” (Deuteronômio 23.3-4)

A HUMILHAÇÃO DO POVO

Vale lembrar que não havia proibição alguma para casamento com quem resolvesse abandonar os seus deuses e seguir ao Senhor. Esdras 6.21 deixa isso claro.

O que acontece é que era o povo judeu quem estava abandonando o seu Deus e deixando de lado a sua missão de nação santa e povo exclusivo do Senhor (Êxodo 19.5-6). E por isso, ao fugirem do seu propósito, estabelecido por Deus, tudo o que restava à eles era humilhação e afastamento do Senhor.

O Senhor alertou ao povo de Israel que este tipo de casamento era proibido, pois poderia levar o povo à apostasia (como vimos em Deuteronômio 7.1-4). Isso humilha o povo e o leva para distante de Deus.

Vemos que isso aconteceu com o rei Salomão, que mesmo em toda sua sabedoria se deixou levar pelo amor a mulheres de outras terras e se curvou a outros deuses.

Por isso, o povo devia ter levado em conta a Palavra do Senhor:

“Não é assim que vocês devem adorar o Senhor, seu Deus, porque eles adoraram os seus deuses, fazendo tudo o que é abominável ao Senhor e que ele odeia; até seus filhos e suas filhas eles queimaram aos seus deuses. Tudo o que eu lhes ordeno vocês devem observar; não acrescentem nem diminuam nada.” (Deuteronômio 12.31)

Podemos sugerir que o aviso dos chefes levantados por Esdras se referia a judeus que tinham ficado na Judeia durante o período do exílio e assim, acabaram se rendendo às culturas dominantes na região.

Presume-se que os recém-chegados ainda estariam com as boas intenções de restabelecer a adoração correta ao Deus verdadeiro.

A FRUSTRAÇÃO DE ESDRAS COM A HUMILHAÇÃO DO POVO

Esdras reage espontaneamente mal diante da notícia recebida. É desolador para ele saber que o povo de Deus estava pervertendo a lei e pior… os que cometeram o pecado do casamento misto foram em primeiro lugar muitos chefes e magistrados.

Em um ato que revela profundo desânimo e tristeza, Esdras rasga as suas vestes, arranca o cabelo e a barba. E se senta, sem saber o que fazer.

O pecado do povo era realmente grave, pois representava um forte abandono da fé em Deus. A linhagem santa (v.2) estava comprometendo e desprezando a salvação e misericórdia recém recebidas com a autorização para retornar à Jerusalém. Eles estavam voltando para os mesmos pecados que fizeram com que seus antepassados fossem levados ao cativeiro babilônico.

O casamento misto incluía todos. Sacerdotes, levitas, chefes, magistrados e demais judeus. E os líderes, que deveriam ser referência e exemplo de uma vida santa e piedosa para o povo, foram os primeiros a pecar.

Malaquias foi um profeta que condenou este ato:

“Judá tem sido infiel, e abominação foi cometida em Israel e em Jerusalém. Porque Judá profanou o santuário do Senhor, o qual ele ama, e se casou com a adoradora de deus estranho.” (Malaquias 2.11)

ESDRAS SE UNE À HUMILHAÇÃO DO POVO

Calma, não entenda mal! Esdras não joga tudo para o alto e comete o pecado também. Mas ele humildemente e reconhecendo que fazia parte do grupo dos judeus, assume a culpa de todo o povo e intercede por todos diante do Senhor.

Esdras entendia que o pecado do casamento misto não era só um ato de desobediência à lei de Deus, mas que também traria sérias consequências. Pois foi exatamente isso e a abertura para a idolatria que fez com que os judeus fossem levados em exílio para a Babilônia.

E enquanto estava sentado, perplexo, todos que “tremiam diante da palavra de Deus” se reuniram em volta dele. Essa expressão indica que havia um povo com um desejo piedoso por obedecer a Deus e que respeitava a Sua santidade.

A estes, o Senhor tinha grande compaixão:

“‘Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas vieram a existir’, diz o Senhor. ‘Mas eis para quem olharei: para o aflito e abatido de espírito e que treme diante da minha palavra.’” (Isaías 66.2)

Na hora do sacrifício da tarde, Esdras se levanta, estende as mãos ao Senhor e começa a orar. Sua humilhação agora não era mais de estar perplexo e desolado diante do pecado do povo. Agora ele se humilha diante do próprio Deus.

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A ORAÇÃO DE ESDRAS DIANTE DA HUMILHAÇÃO DO POVO

Embora Esdras fosse inocente nessa questão do casamento misto, não fez distinção alguma entre ele, o inocente, e os seus compatriotas pecadores, mas se identificou com eles na sua culpa.

Nesse momento, ele reconhece e confessa os pecados, desde os pais, relembrando a justiça de Deus sobre o povo, que os levou até o exílio. Como consequência por falharem em manter a aliança, foram entregues à espada, cativeiro, roubo e vergonha.

Esdras assume a justiça, mas também a misericórdia do Senhor em preservar um povo que foi livrado de se desviar. Eles receberam o privilégio de voltar do exílio e a garantia de que teriam estabilidade na Casa de Deus.

Porém, mesmo assim houve pecado, mostrando a pequenez e falha humana quando deixa o Senhor de lado.

A terra em que eles voltaram para habitar estava impura e por isso eles precisavam guardar a lei e não se casarem com os povos que adoravam outros deuses, como ordena também em Êxodo 34.11-16.

O modo de vida do povo da terra era incompatível com a santidade e adoração que o Deus dos judeus deveria receber. Mas infelizmente o povo não seguiu a lei.

Esdras confessa que seria completamente justo se o Senhor renovasse o juízo sobre o povo pecador. Em sua oração, ele reconhece que só a misericórdia do Senhor pode livrá-los novamente, em vez de destruí-los, como era merecido.

OBSERVAÇÃO SOBRE A ORAÇÃO DE ESDRAS

Ao longo da oração, Esdras se humilha diante do Senhor confessando pecados e reconhecendo que o povo tinha ignorado as advertências dadas por Deus. Esqueceram-se dos juízos com o exílio, mas também da bondade do Senhor ao capacitá-los na reconstrução do templo e proteção contra os inimigos.

Esdras reconhece que em meio à humilhação do povo em se desviar do Senhor, as consequências para eles era morte, o apagamento deles na história. Mas tudo que era possível agora, era reconhecer o erro e se entregar ao Senhor, clamando por mais misericórdia.

O QUE APRENDEMOS COM ISSO?

Este capítulo de Esdras nos desafia a refletir profundamente sobre nosso compromisso com Deus. Ele nos lembra que a verdadeira adoração vai além de rituais; trata-se de um coração alinhado à Sua Palavra e um desejo genuíno de honrá-Lo em tudo.

E se nos perguntássemos: como estamos lidando com as “alianças” que fazemos em nossas vidas? Será que nossos compromissos nos aproximam do Senhor ou nos afastam dEle?

Que possamos tremer, não de medo, mas de reverência, diante da Palavra do Senhor, como aquele remanescente piedoso.

E, como Esdras, sejamos rápidos a nos humilhar, reconhecer nossos erros e buscar a misericórdia de Deus, confiando que Ele é fiel para nos restaurar.

Agora é o momento de escolher. Você permanecerá firme na presença de Deus, resistindo ao que pode afastá-lo dEle?

Corra para Deus, não corra dEle! Não se alie a outros deuses, pois de fato eles não podem oferecer a restauração e salvação para vida eterna, que só há no único e verdadeiro Deus!

Que o Senhor te abençoe e te fortaleça no caminho!

Fonte: Biblia online

Guilherme Valim

Produção de conteúdos cristãos.

Guilherme Valim

Produção de conteúdos cristãos.

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