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Esdras 6: O Papel do Rei Dario I na Conclusão da Construção do Templo

rei Dario - Esdras 6
Imagem produzida por IA.

O capítulo 6 de Esdras continua a narrativa sobre a reconstrução do templo em Jerusalém. O texto destaca um momento crucial da história do povo judeu sob o domínio persa, durante o governo do rei Dario.

Após a retomada das obras, o governador Tatenai questiona a legitimidade da reconstrução e envia uma carta ao rei Dario, buscando uma resposta oficial.

Ele enviou a mensagem para definir o que fazer com o povo judeu. Eles tinham voltado a reconstruir o templo em Jerusalém e os governantes da terra não sabiam quem os tinha autorizado para esta obra.

A resposta do rei foi favorável ao povo judeu e revelou mais uma vez como Deus estava à frente, cuidando dos seus. O que poderia ter sido um grande obstáculo acaba se tornando uma evidência do cuidado soberano de Deus.

O rei Dario confirmou o decreto de Ciro, permitiu a reconstrução e ordenou que o império cobrisse os custos.

Este capítulo mostra como Deus usa até mesmo reis poderosos para cumprir seus planos e garantir que Sua vontade prevaleça.

O REI DARIO I LÊ A CARTA

O rei recebe a carta de Tatenai e lê que os judeus informaram ao governador que estavam fazendo a reconstrução a serviço de Deus. Informaram também que era debaixo do decreto do rei persa, Ciro, que os libertou do cativeiro babilônico.

Dario solicitou então, que fizessem a busca pelo decreto de Ciro nos arquivos reais da Babilônia, para certificar da veracidade do decreto.

Encontraram um registro em Ecbatana, que era a capital da Média (formalmente era sede de um império, que Ciro anexou ao domínio persa). Este lugar era a residência de verão dos reis da Pérsia. Era diferente da habitação real de inverno, localizada em Susã, conforme mencionado em Neemias 1.1.

O registro encontrado em Ecbatana era uma espécie de memorial. O material era em rolos de couro, comumente usado na Pérsia para documentos oficiais em aramaico.

Portanto, este não era o decreto público (provavelmente escrito em placas de barro), encontrado em Esdras 1.2-4.

O CONTEÚDO DO REGISTRO ENCONTRADO

O documento encontrado era aparentemente um memorando a respeito do decreto de Ciro. Este registro apresentava novas determinações sobre a construção, bem como a localização, o tamanho e os materiais para o templo.

Também continha a autorização de Ciro para que retornassem ao templo os utensílios levados por Nabucodonosor à templos pagãos da Babilônia. Em Esdras 1 vemos Ciro já entregando estes utensílios, sem mencionar no decreto público aos judeus.

A versão do capítulo 1 provavelmente teve uso para a leitura pública aos judeus. Enquanto a versão encontrada no capítulo 6 teria instruções adicionais, para um destinatário em particular e representava a versão oficial para os arquivos reais.

O versículo 3 menciona o tamanho do templo, possivelmente estabelecido para limitar seus custos, já que fundos públicos financiavam sua construção.

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CURIOSIDADE SOBRE O TEMPLO

No capítulo 3, versículo 12 os anciãos choram ao verem os alicerces da reconstrução lançados. A tristeza era porque eles viram que este templo não seria tão imponente e glorioso quanto o primeiro, construído por Salomão.

Mas é curioso que 1 Reis 6.2 informa sobre as dimensões do templo de Salomão. Este tinha 13,5 metros de altura. Enquanto isso, Esdras 6.3 informa que o segundo templo teria a altura de 27 metros.

Alguém poderia esperar que com esta altura o segundo templo fosse mais glorioso, mas não foi o que aconteceu.

A grandeza do primeiro templo não era apenas uma questão de altura. Ele era ricamente adornado com materiais extremamente valiosos na época, com acabamentos e detalhes artísticos que faziam dele um edifício majestoso. Podemos observar esses detalhes em 1 Reis 6 e 8.

Já o segundo templo, construído sob a liderança de Zorobabel, e em um contexto social totalmente diferente. Era a volta do exílio babilônico e os recursos não eram os mesmos que Salomão teve.

Apesar do decreto de Ciro permitir o templo com 27 metros de altura, não há evidências de tenha seguido assim na prática.

Além disso, os adornos eram muito mais simples e modestos, sem a mesma riqueza de materiais. Os opositores dos judeus, eram um grande obstáculo, pois também impediam o andamento da obra, como podemos ler em Esdras 4.

Por isso, em Esdras 3.12, os mais velhos, que viram o primeiro templo, choraram ao ver o segundo. Parecia ser nítido que a sua glória não se comparava à do templo de Salomão.

MAS VIRIA O MOMENTO DA GLÓRIA DO SEGUNDO TEMPLO

Apesar da simples aparência do segundo templo, havia uma promessa ao povo judeu sobre ele. Em Ageu 2.9 Deus fala por meio do profeta que este templo seria mais glorioso do que o primeiro.

E glórias a Deus, isso de fato se cumpriu! O próprio Jesus esteve neste templo, tornando-o espiritualmente muito mais significativo do que o templo de Salomão!

REI DARIO I E OS CUSTOS PARA A RECONSTRUÇÃO

Podemos notar que em Esdras 1 o povo judeu contou com ofertas voluntários dos que moravam ao redor de Jerusalém. Já neste registro oficial encontrado, há o decreto para que as despesas da reconstrução sejam cobertas pelo palácio real (v.4).

Portanto, o rei Dario I leva isso a sério e complementa o decreto de Ciro. Ele decreta a Tatenai e aos seus companheiros, que os custos dos judeus sejam cobertos com impostos recolhidos da região “do outro lado do Eufrates”. Relembrando, esta era a área que ficava sob governo de Tatenai e onde estava situada Jerusalém.

Assim, os judeus deveriam receber todo tipo de ajuda financeira e material para que continuassem a obra e concluíssem a reconstrução do templo.

Dario I também provê os animais e materiais para que dia após dia o povo pudesse oferecer holocaustos ao seu Deus. Apenas impõe a condição de que também orassem pela vida do rei e de seus filhos. Isso mostra que a generosidade de Dario I também era parte de sua política para sustentar o poder persa.

O rei também lança uma ameaça sobre aqueles que tentassem atrapalhar a obra, com a punição de ter a casa destruída e pena de morte.

REI DARIO I SUBMETE A OBRA A DEUS

No versículo 12, o rei Dario pede ao “Deus que fez habitar ali o seu nome” que derrube reis e povos que se levantarem contra o seu decreto e tentarem destruir o Casa de Deus, em Jerusalém.

Ele usa estes termos e faz referência a Deuteronômio 12.5, sobre o lugar de habitação do Senhor. Dario reconhece a eficácia do Deus de Jerusalém em seu próprio território.

“Pelo contrário, busquem o lugar que o Senhor, seu Deus, escolher entre todas as tribos, para ali pôr o seu nome e sua habitação; é para lá que vocês devem ir.” (Deuteronômio 12.5)

Mas assim como Ciro em Esdras 1.3, pode ser que ele não esteja afirmando que há somente um Deus verdadeiro.

Então Tatenai e os seus fizeram exatamente com o rei Dario decretou.

O SUCESSO DOS JUDEUS

Os judeus estavam tendo muito sucesso na construção e iam prosperando naquilo que os profetas Ageu e Zacarias profetizaram. O Deus, que falou por meio destes profetas era a verdadeira influência por trás de cada acontecimento.

E mesmo os poderes deste mundo, a saber, Ciro, Dario e Artaxerxes, cooperaram para que os planos de Deus continuassem sendo cumpridos soberanamente.

Vale observar a inclusão do rei Artaxerxes I no versículo 14, rei que governou depois dos acontecimentos deste capítulo. Mas o texto antecipa o seu decreto em apoio à missão de Esdras, como pode ser visto no capítulo 7.

A CONCLUSÃO DO TEMPLO

O templo foi concluído no mês de Adar (por volta de Fevereiro e Março em nosso calendário atual). Este era o último mês do ano e a dedicação do templo ocorre exatamente neste período, pouco antes das celebrações do novo ano.

Os filhos de Israel celebraram com alegria a dedicação do templo. A menção “filhos de Israel” representa a unidade simbólica de Israel com as 12 tribos. Apesar de os exilados que voltaram a Jerusalém serem das tribos de Judá, Benjamim e Levi.

A unidade é reforçada com a oferta pelo pecado de todo Israel (v.17). O ato relembra a oferta pelos pecados prescrita para o Dia da Expiação, descrito em Levítico 16.16:

“Assim, fará expiação pelo santuário por causa das impurezas dos filhos de Israel e por causa das suas transgressões e de todos os seus pecados. Fará o mesmo pela tenda do encontro, que está com eles no meio das suas impurezas.”

Este ato foi apropriado para a nova dedicação do templo, segundo o juízo anterior de Deus sobre o povo. Juízo este, que atingiu todo o povo de Israel (reino de Judá, com a conquista dos babilônicos; e de Israel, com a conquista dos assírios).

Na dedicação, estabeleceram os sacerdotes e levitas em turnos, assim como Davi tinha feito em 1 Crônicas, entre os capítulos 23 e 27. E as funções foram distribuídas de modo a seguir a lei de Moisés, retratada em Números 3 e 8.

A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA

No dia 14 do primeiro mês deste ano (referência a Êxodo 12.18), os judeus celebraram a Páscoa. Para isso, os sacerdotes e levitas cumpriram os rituais necessários e estavam purificados para a celebração.

Nesta festa, não só os que voltaram do cativeiro celebraram. Estavam juntos também aqueles que não foram exilados, mas renunciaram todo tipo de adoração pagã e se converteram para adorar unicamente ao Senhor.

Então celebraram juntos a Páscoa e a Festa dos Pães sem Fermento (durava 7 dias, seguindo a lei em Levítico 23.5-6). Eram como uma comunidade reconhecida por adorar exclusivamente ao verdadeiro Deus e não definida com base em local de nascimento ou descendência.

Celebraram, pois foram alegrados pelo Senhor. Deus havia mudado o coração do rei da Assíria em favor deles e depois de tantas dificuldades, a obra do templo estava concluída. O rei persa, Dario I, governava sobre o império territorial dos assírios, portanto, podia também ser chamado rei da Assíria.

PRINCÍPIOS BÍBLICOS IMPORTANTES

O rei Dario desempenhou um papel fundamental na conclusão do templo. Ele permitiu a continuidade da obra e garantiu a provisão dos recursos necessários para a obra.

Esse desfecho demonstra como Deus governa a história, movendo até mesmo os corações dos reis para cumprir Seus propósitos.

O povo dedicou o templo com grande alegria, embora parecia mais simples do que o de Salomão. A sua importância iria além da estrutura física, pois nele o próprio Jesus viria a estar. O povo deveria se lembrar e confiar nas promessas de Deus por meio dos profetas, a respeito do templo.

O capítulo 6 nos ensina que, mesmo diante de desafios, devemos perseverar na obra de Deus. Podemos crer que Ele proverá tudo o que for necessário para cumprir Seu propósito.

Assim como os israelitas não permitiram que a oposição os impedisse de seguir adiante, nós também devemos permanecer firmes na fé. Deus move as circunstâncias para cumprir o Seu plano.

Além disso, devemos dedicar com alegria tudo o que fazemos para o Senhor, pois a nossa vida é o templo do Espírito Santo.

Que o fato histórico da reconstrução do templo nos motive a viver em fidelidade! Que confiemos na soberania de Deus e dediquemos cada aspecto de nossa vida para a Sua glória.

Deus te abençoe!

Fonte: Biblia online

Guilherme Valim

Produção de conteúdos cristãos.

Guilherme Valim

Produção de conteúdos cristãos.

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